A palavra em si vem do grego e está
relacionada com as cores azul, cinzento e verde do mar, que seriam
supostamente as cores que um olho afetado tomaria, mas não é
possível explicar a origem do nome com toda a certeza.
Esta doença passa por três fases:
1 – a fase de propensão para o
glaucoma – os que reúnem condições para desenvolver um glaucoma;
2 - a fase em que o glaucoma começa a
agir através do aumento da tensão ocular;
3 - a fase em que o glaucoma inicia o
seu processo de danificação do campo visual. A danificação
consiste na perda de células nervosas óticas, destruição das
fibras óticas e danos no ponto cego – ou a cabeça do nervo ótico,
interrompendo dessa forma e gradualmente a comunicação entre o
nervo ótico e o cérebro.
Num glaucoma as células e fibras
nervosas oculares vão-se deteriorando e a comunicação entre o olho
e o cérebro vai-se perdendo. O olho continua a receber luz, pois
tanto os bastonetes como os cones continuam funcionais, mas não
consegue transmitir a informação recebida ao córtex visual.
Portanto, a informação não é reconhecida nem percebida. O
problema do glaucoma é que muito embora uma parte das células possa
já estar deteriorada, a capacidade visual mantém-se, sendo assim
impercetível para o paciente. Ou seja, esta doença é basicamente
assintomática. O paciente vai perdendo a visão, sem se aperceber
disso.
Em cada olho existe um ponto cego –
situado na cabeça do nervo ótico, onde as fibras nervosas se reúnem, e nesse ponto o olho, como revela o nome, é cego. O que acontece
no glaucoma é que para além desse ponto, vão-se formando, aos
poucos, vários outros pontos cegos, escuros, onde o olho não tem
sensibilidade, muito embora, como dito antes, toda a retina, os cones
e os bastonetes continuem funcionais. Imagine-se os vidros de um
autocarro, muitas vezes cheios de publicidade, têm cores diferentes
ou são mais baços. A imagem que o passageiro vai ter para o
exterior não é nítida, nem completa. Num estado avançado, o
glaucomatoso apercebe-se disso, pois já perdeu uma boa parte da
visão. No entanto, o glaucoma evolui discretamente e os sintomas não
são óbvios: dor de cabeça, enjoo, sendo o sintoma mais revelador o
olho e as pálpebras ficarem inchadas e vermelhas. Os danos no campo
visual de um glaucomatoso são progressivos. No campo de papoilas em
baixo, o glaucomatoso iria deixar de ver as flores brancas,
depois as azuis, as nuvens, e aos poucos as flores vermelhas. A imagem
parece-lhe natural, pois continua a perceber que se trata de uma
campo de flores, mas não é completa.
O cérebro tem essa capacidade de
preencher informações não recebidas. Assim, quando a informação
é transmitida ao córtex visual, muito embora com falhas, o cérebro
completa essas falhas e portanto a incapacidade visual não é
compreendida.
O glaucoma, quando diagnosticado na
primeira fase, pode ser tratado e controlado. O que significa que
apesar de ser uma doença crónica, o paciente poderá nunca sofrer
danos no campo visual. A dificuldade do diagnóstico está, como
explicado em cima, na falta de sintomas específicos e na
impercetibilidade da perda de visão. Assim que o glaucomatoso entra na terceira fase os danos são irreversíveis. Poderá ser acompanhado por um oftalmologista, operado e medicado para estabilizar o progresso da doença, mas não poderá recuperar a visão, pois as células destruídas não se renovam.
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